domingo, 7 de outubro de 2007

Mudanças...

Tendo sido desafiada a variar um pouco nos temas, aproveitei um que tenho entre mãos, para sobre ele meditar. Deixo aqui a minha reflexão.
Foi-me pedido:

Escolha três factos da actualidade portuguesa que lhe tenham chamado a atenção (justifique a sua escolha).
Em seguida, faça um brevíssimo comentário pessoal sobre um desses acontecimentos.

Ei-los:

- O caso da pedofilia na Casa Pia. Por tudo o que este caso tem de chocante.

- O caso “Apito dourado”, a corrupção no futebol, e tudo o que à volta dela gravita. Quão longe o homem é capaz de ir na perversão.

- O caso Maddie Macin. Pela forma diferente como este caso foi tratado pelas autoridades portuguesas, em comparação com outros, inúmeros casos de crianças desaparecidas neste País.

Escolho este último para o meu breve comentário:

Quando ouço falar de crianças desaparecidas, imediata e mentalmente visualizo o rostinho do Rui Pedro e ocorre-me a face da sua mãe, Filomena, desfigurada pela dor, exaurida de tanto implorar ajuda para encontrar o seu menino muito amado.
E no caso da Maddie? Igualmente amada, julgo que ninguém duvida, mas quão diferente foi a atitude das autoridades...

Ainda no âmbito do referido desafio, e na sequência de um convite para comentar um artigo publicado na imprensa nacional, da autoria de José Pacheco Pereira, em que este, por sua vez, comenta uma obra, cujo autor, numa visão "apocalíptica", defende que a nossa cultura está ameaçada de morte, pelas novas tecnologias, aqui fica o meu comentário e o meu pensamento sobre este assunto.

A partir da leitura da crónica de José Pacheco Pereira* responda:

a) Qual a tese defendida por Andrew Keen?
b) Apresente, de forma resumida, os principais argumentos para justificar a referida tese.
c) Sintetize os principais argumentos de José Pacheco Pereira contra a perspectiva “apocalíptica”.
d) Concorda com os referidos argumentos? (justifique).

Ocorre-me dizer o seguinte:

a) Andrew Keen, defende, numa visão catastrófica, que a nossa cultura está ameaçada de morte, pelo facto de, com a facilidade que todos conhecemos, usando as novas tecnologias, qualquer pessoa poder, livremente, sem qualquer controlo, espalhar pelo planeta as suas ideias e os seus pensamentos, correctos ou errados, próprios ou abusivamente copiados e apropriados.

b) O principal é, sem dúvida a “blogosfera”, onde, sem nenhum pudor, são despejadas toneladas de escritos sem qualquer preocupação de qualidade, de verdade ou de saber, muitas vezes, plagiados, outras, ainda, ofensivos e com vocabulários grosseiros e obscenos.
Outro, é o exemplo que o próprio Pacheco Pereira deu, a Wikipédia, enciclopédia que vai crescendo com o contributo livre de todos os que lá quiserem deixar a sua assinatura, tenham ou não conhecimentos para o fazer.

c) Segundo Pacheco Pereira, as novas tecnologias não são, necessariamente, o fim da nossa cultura, embora possam causar-lhe sérios danos. Acrescenta ainda que, elas permitiram que milhões de pessoas tivessem acesso a consumos e pudessem expressar-se descontraidamente, divulgando as suas opiniões, com uma facilidade impensável há alguns anos atrás. Refere, também, a tendência para, ciclicamente, aparecerem premonições apocalípticas, que, felizmente, não chegam a concretiza-se, não estando, no entanto, tão seguro quanto a esta.

d) Sim. Sendo, na verdade, preocupante que se estejam a perder valores que constituíam o capital de um povo, é, também, sabido que todas as mudanças envolvem perturbações, até que a normalidade regresse. No entanto, mesmo sabendo que podem ser muito prejudiciais quando mal usadas, não posso deixar de me sentir pequenina, ínfima mesmo, face à grandeza e ao alcance das novas tecnologias, das quais destaco as mais recentes, o telemóvel e a internet.

* Publicada no Público, sábado 8 de Setembro de 2007, sob o título: "Está a Internet a matar a nossa cultura?"

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