terça-feira, 30 de outubro de 2007

Hoje, as Flores são para si, Luísa!...

"Das tuas palavras
Sopra um vento calmo
A própria voz da espera
No espanto do meu olhar
Quantas vezes te perdi
Tentando encontro
Quantas vezes te esperei
Tentando sonho
Gosto de te encontrar
Por acaso
No meio das minhas horas
Nos meus poemas
Conto desejos de ter
Coisa nenhuma
Apenas tu...
Por vezes deito fora
O barulho dos teus passos
Nos meus rascunhos

Dizemos tantas vezes adeus
Por quase nada
E tão poucas palavras
pelo sentir"

Luísa, in Flores aos meus amigos

... E um beijinho que pretende ser prenúncio de venturas, para uma vida que desejo longa!

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Quando a emoção ganha cor...

"São as palavras por dizer
Que me permitem sonhar
Pinto em telas transparentes
As imagens por pintar
Com o desejo de sair

Sou deus da minha sina
Este tempo sem destino
Sou deus da minha alma
Fardo pesado, vazio

Quero calma, quero esperança
Quero ser fácil sonhar
Viajo nesta verdade
Que me liberta e me amarra
Às sombras do meu silêncio

Murmuro palavras
Que não posso gritar
E cresce dentro de mim
Esta noite sem estrelas
Prenúncio de temporal

Preciso das tuas mãos
No meu desejo
Preciso do teu corpo
Na minha alma
Preciso do teu beijo
Na minha angústia

Percorro devagar o meu passado
E o aroma das coisas calmas
Invade-me num instante eterno
Eu sou daqui,
Deste espaço, onde a manhã se afoga
No verde, no mar, no riso das crianças

Talvez te continue a encontrar
Como ilha no meu sonho
Talvez te continue a abraçar
Com braços de madrugada
Deixa-me voar ao desencontro
Da tristeza"

Luísa, in Flores aos meus Amigos

... A verdadeira Amizade põe-nos o coração sob escuta.

domingo, 7 de outubro de 2007

Mudanças...

Tendo sido desafiada a variar um pouco nos temas, aproveitei um que tenho entre mãos, para sobre ele meditar. Deixo aqui a minha reflexão.
Foi-me pedido:

Escolha três factos da actualidade portuguesa que lhe tenham chamado a atenção (justifique a sua escolha).
Em seguida, faça um brevíssimo comentário pessoal sobre um desses acontecimentos.

Ei-los:

- O caso da pedofilia na Casa Pia. Por tudo o que este caso tem de chocante.

- O caso “Apito dourado”, a corrupção no futebol, e tudo o que à volta dela gravita. Quão longe o homem é capaz de ir na perversão.

- O caso Maddie Macin. Pela forma diferente como este caso foi tratado pelas autoridades portuguesas, em comparação com outros, inúmeros casos de crianças desaparecidas neste País.

Escolho este último para o meu breve comentário:

Quando ouço falar de crianças desaparecidas, imediata e mentalmente visualizo o rostinho do Rui Pedro e ocorre-me a face da sua mãe, Filomena, desfigurada pela dor, exaurida de tanto implorar ajuda para encontrar o seu menino muito amado.
E no caso da Maddie? Igualmente amada, julgo que ninguém duvida, mas quão diferente foi a atitude das autoridades...

Ainda no âmbito do referido desafio, e na sequência de um convite para comentar um artigo publicado na imprensa nacional, da autoria de José Pacheco Pereira, em que este, por sua vez, comenta uma obra, cujo autor, numa visão "apocalíptica", defende que a nossa cultura está ameaçada de morte, pelas novas tecnologias, aqui fica o meu comentário e o meu pensamento sobre este assunto.

A partir da leitura da crónica de José Pacheco Pereira* responda:

a) Qual a tese defendida por Andrew Keen?
b) Apresente, de forma resumida, os principais argumentos para justificar a referida tese.
c) Sintetize os principais argumentos de José Pacheco Pereira contra a perspectiva “apocalíptica”.
d) Concorda com os referidos argumentos? (justifique).

Ocorre-me dizer o seguinte:

a) Andrew Keen, defende, numa visão catastrófica, que a nossa cultura está ameaçada de morte, pelo facto de, com a facilidade que todos conhecemos, usando as novas tecnologias, qualquer pessoa poder, livremente, sem qualquer controlo, espalhar pelo planeta as suas ideias e os seus pensamentos, correctos ou errados, próprios ou abusivamente copiados e apropriados.

b) O principal é, sem dúvida a “blogosfera”, onde, sem nenhum pudor, são despejadas toneladas de escritos sem qualquer preocupação de qualidade, de verdade ou de saber, muitas vezes, plagiados, outras, ainda, ofensivos e com vocabulários grosseiros e obscenos.
Outro, é o exemplo que o próprio Pacheco Pereira deu, a Wikipédia, enciclopédia que vai crescendo com o contributo livre de todos os que lá quiserem deixar a sua assinatura, tenham ou não conhecimentos para o fazer.

c) Segundo Pacheco Pereira, as novas tecnologias não são, necessariamente, o fim da nossa cultura, embora possam causar-lhe sérios danos. Acrescenta ainda que, elas permitiram que milhões de pessoas tivessem acesso a consumos e pudessem expressar-se descontraidamente, divulgando as suas opiniões, com uma facilidade impensável há alguns anos atrás. Refere, também, a tendência para, ciclicamente, aparecerem premonições apocalípticas, que, felizmente, não chegam a concretiza-se, não estando, no entanto, tão seguro quanto a esta.

d) Sim. Sendo, na verdade, preocupante que se estejam a perder valores que constituíam o capital de um povo, é, também, sabido que todas as mudanças envolvem perturbações, até que a normalidade regresse. No entanto, mesmo sabendo que podem ser muito prejudiciais quando mal usadas, não posso deixar de me sentir pequenina, ínfima mesmo, face à grandeza e ao alcance das novas tecnologias, das quais destaco as mais recentes, o telemóvel e a internet.

* Publicada no Público, sábado 8 de Setembro de 2007, sob o título: "Está a Internet a matar a nossa cultura?"