domingo, 14 de junho de 2009

*(Sem título)


Chegaste como a aurora, pela manhã,
Pousaste levemente, de mansinho,
Com a leveza e doçura que te caracterizam.
Não pediste licença, entraste,
Qual alcova nupcial pronta a receber-te,
E de forma indelével deixaste a tua marca.
Com a mesma serenidade com que apareceste
Foste-te esgueirando paulatinamente,
Sem te aperceberes que os campos
Outrora áridos e agrestes,
Eram agora planícies ardentes, sedentas de ternura,
Espezinhadas por um sentimento amordaçado.
O sol que a aurora prometera não chegou,
Em seu lugar veio a tempestade angustiante,
A ansiedade, o vazio do afastamento,
A fazerem jus ao Dezembro frio e chuvoso
Que te trouxe de outra estação, porventura mais bonita!

*Escrito em 29/07/2001 (continua actual)

domingo, 7 de junho de 2009

Ausência versus presença


[Quero é estar contigo no nada de tudo o que acontecer. Saturar-me da tua presença. E ver-te. E ver-te. Que importa o que "acontecer"?]

Vergílio Ferreira, in Em Nome da Terra