sábado, 14 de março de 2009

Mãe

Mãe, gostaste das flores que te levei?
Não disseste nada!?... :(
Eram as tuas flores, as tuas companheiras inseparáveis de toda a tua vida; aquelas que, deixavas-nos adivinhar, eram indispensáveis ao teu equilíbrio emocional.
Sabes, hoje, esta dor começou a abrandar. Eu não conseguia perceber como é que tinhas sido capaz de te deixar ir, assim, sabendo que nos deixarias sós. Nós, por quem toda a vida foste uma lutadora; assim, de um momento para o outro, foste-te embora e deixaste-nos órfãos?
Hoje, quando insisti tanto para que viesses ver as tuas flores, quando chorei e implorei para que me ouvisses, é que percebi que as tuas forças não chegaram para te libertares de todo o peso que te puseram em cima;
Percebi que a tua vontade não relevou para este acto;
Percebi que se tivesses podido escolher nunca nos terias deixado;
Percebi que a nossa dor não foi causada por ti mas em razão de ti;
Percebi que, onde estiveres, continuas a ser aquele elemento agregador que nos fazia caminhar numa única direcção, a tua;
Percebi que, no dia em que nos deixaste, quando sentimos aquele desejo enorme de ficarmos juntos, em redor da mesma dor, tu continuavas connosco, continuavas a ser a célula que nos mantém unidos e presentes, que nos transmite luz e anula a escuridão daquele dia terrível.
Percebi que, afinal, tu, Mãe, continuarás connosco para todo o sempre!